Performances de gênero e sexualidade: experiências artivistas de acadêmicas do curso de pedagogia da FAED/UFMS
No primeiro semestre de 2020 o Prof. Dr. Marcelo Victor da Rosa ministrou a disciplina Educação, Sexualidade e Gênero para o curso de Pedagogia da FAED. Como parte da avaliação as acadêmicas realizaram uma performance que tratou especificamente de gênero e/ou sexualidade na perspectiva do artivismo. A seguir, você poderá acessar os vídeos clicando na palavra aqui:
Partimos da ideia de que gênero se constrói como um ato, um estilo corporal, já que não há uma essência que o anteceda; intencional e performativo, o gênero é uma performance. Não é algo estável e permanente conforme Eurídice Figueiredo (2018).
Para Judith Butler (2010) gênero historicamente se constitui “por meio de uma repetição estilizada de atos”, ou seja, não é uma substância fixa, deste modo, não existe algo considerado falso nem verdadeiro, original nem imitativo.
Já o artivismo está entre arte e política, e estimula os destinos potenciais da arte enquanto ato de resistência e subversão, segundo Roberta Stubs et all (2018).
A performance arte, tem potência comunicativa para a livre expressão de gênero, para desestabilizar a matriz coerente de gênero ou, no mínimo, uma fuga de seus modelos normativos e rígidos. O próprio corpo na performance assume um corpo ininteligível conceituando a performance arte como potência de resistência à matriz de inteligibilidade, de acordo com Camila Olivia de Melo e Regiane Ribeiro (2015).
A performance torna-se uma maneira de trabalhar na “própria carne”, expressando – seja no palco, no asfalto ou na vida – uma ação de sua própria existência. O corpo seria, então, a sua própria obra. Tomando o corpo como ferramenta de emissão de suas mensagens, conforme Camila Olivia de Melo e Regiane Ribeiro (2015).
Referências
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Feminismo e subversão de identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
FIGUEIREDO, Eurídice. Desfazendo o gênero: a teoria queer de Judith Butler. Criação & Crítica, São Paulo, n. 20, 2018.
MELO, Camila Olivia de; RIBEIRO, Regiane. A performance arte que virou polvo: flutuando nas águas das artes em corporalidades híbridas e ininteligíveis. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 23, n. 1, janeiro-abril, 2015.
STUBS, Roberta; TEIXEIRA-FILHO, Fernando Silva; LESSA, Patrícia. Artivismo, estética feminista e produção de subjetividade. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 26, n. 2, 2018.
Obs.: A imagem que ilustra essa notícia é a artista sul-mato-grossense Natasha Fogaça Nascimento
em sua performance intitulada: Performance autobiográfica: O silêncio que habita o salão. Essa performance busca tratar das experiências pessoais vividas pela artista, no ambiente da dança de salão, tratando dos traumas, medos, monstros e negligências vivenciadas. Foto – Natasha Fogaça Nascimento. Para quem deseja assistir a performance, acessar aqui.